sábado, 19 de maio de 2007

Tornei-me cético. A vida tornou-se uma bosta. Você passa a ver as pessoas como elas realmente são. Os amigos, ou não, como realmente são. A vida, como realmente é. Tipo na propaganda da sprite, as coisas como são. Quero mais é me apaixonar pra perceber que paixão é, de fato, tudo aquilo que ofusca a razão, conhecer essa ampliação quase-que patológica do amor. Perder minha identidade e meu poder de raciocínio, e parar de perder minhas chaves. Quero mais é ficar rico, pra entender que dinheiro não é tudo, pra ver que dinheiro não traz felicidade. Quero mais é ficar famoso, deitar, pôr os pés pro alto e viver de fama. Quero mais é viajar, conhecer lugares novos e velhos, depois perceber que nada é tão bom quanto a sua casa, quanto a casa da sua mãe e a da sua vó. Quero mais é passar numa faculdade e ficar pensando: Como era bom os tempos de colégio, que eu não tinha tantas responsabilidades. Quero mais é casar, e ficar lembrando dos tempos de solteiro. Quero é ser adulto, poder beber, dirigir, e lembrar de como era bom quando eu tinha meu fígado, de como era bom ter quem levar e buscar nos cantos. Quero te encontrar ao acaso, e ficar olhando pra você, sem falar nada. Ser o imbecil da história. Quero mais sentir aquela nostalgia das coisas que nunca fizemos juntos, ver como é bom e ruim essa sensação, neologista e ex-patológica, é. Depois descobrir que o acaso é você quem faz, e mesmo assim não fazer nada.

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